Estudaremos esta epístola como um todo, enfatizando seus ensinos básicos, para uma melhor compreensão da mesma, usaremos gráficos como uma forma de exemplificar e facilitar o estudo e assim evitar interpretações forçadas. Para termos uma melhor base desta epístola, devemos entender o que Cristo é, o que Cristo fez, o que Cristo oferece, como também do judaísmo, o que era, o que fazia e o que oferecia. Baseado exclusivamente no Antigo Testamento o Judaísmo rejeita a manifestação de Jesus Cristo como o Messias prometido nas Escrituras como também os efeitos de sua obra. Jesus bateu de frente do judaísmo e denunciou a mesma como uma religião falida e desprovida da visão divina, os quais ensinavam que a salvação era provida por meio dos sacrifícios e da obediência ás leis. O autor dessa epístola ataca esse sistema religioso por meio de comparações entre Cristo e sua obra, com revelações parciais e cerimoniais do antigo testamento e por este motivo o tema desta epístola é: A Superioridade de Cristo.
Nesta epístola Cristo é apresentado como:
a) Superior aos anjos
b) Superior a Moisés
c) Com um Sacerdócio superior ao do antigo testamento
d) Como provedor do caminho da fé, portanto superior ao da lei.
a) Cristo é superior aos anjos. Hebreus 1.2.
Os Hebreus cristão foram acusados de violarem a lei e que a fé ora protagonizada em Jesus era uma violação das revelações dadas aos profetas, por isso os muitos ficaram indecisos, como ficar com Cristo ou voltar a antiga religião do judaísmo. Para acabar com as dúvidas o autor começa a epístola afirmando que o advento de jesus, além de não ser diferente é uma continuação e cumprimento da revelação de Deus e que agora alcançou sua plenitude na pessoa de seu Filho, afirmando que Deus falou no antigo testamento de várias maneiras e que agora estava falando pessoalmente por meio do seu Filho, Jesus Cristo e que sua manifestação é superior ás mensagens dada pelos anjos. Hebreus 2. 1-4. E que rejeitar essa mensagem seria um desastre. Hebreus 2. 1-4. E essa manifestação de Cristo só foi possível por que ele se fez menor que os anjos e assim igualando-se aos homens na sua carne, para agir como Sumo Sacerdote em favor dos mesmos. “Por isso mesmo, convinha que, em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referente a Deus e para fazer propiciação pelos pecados do povo” hebreus 2. 17. Ao assumir a forma humana, Cristo passou a ter as mesmas fraquezas e assim poder interceder por nós.
No diagrama abaixo os anjos são colocados abaixo do trono como forma de inferioridade e sujeição a Cristo, onde o trono é símbolo de poder e autoridade. Hebreus 1.8.
“Tendo-se tornado tão superior aos anjos...mas, acerca do Filho diz; O teu trono, ó Deus, é para todo sempre...”Hebreus. 1.4-8.
b) Cristo é Superior a Moisés. Hebreus 3. 1; 4.13.
Visão dessa divisão:
Com um propósito específico o autor fala aqui apenas de um dos maiores profetas do antigo testamento, Moisés e prossegue afirmando:
a) Como profeta Moisés profetizou apenas dos eventos futuros. Hebreus 3. 3-5.
b) Que Moisés é um servo na casa de Deus, enquanto que Jesus Cristo é o Filho.
c) Que a lei e os sacrifícios dados por Moisés, eram distintos dos méritos do sacrifício de Jesus Cristo.
Ao demonstrar-se profundo conhecedor da história dos hebreus, o mesmo chama a atenção dos seus leitores sobre os fatos ora praticados por Moisés, estabelecendo assim um paralelo com os acontecimentos entre os Hebreus cristãos e com os Hebreus que estiveram sob a liderança de Moisés, os quais durante a peregrinação foram movidos pela incredulidade e rebeldia e por isso retornaram ao Egito (lugar de escravidão), ao invés de prosseguir em sua jornada rumo a terra prometida (lugar de repouso), os quais queriam voltar as práticas do judaísmo. O autor enfatiza a nossa escolha, ou prosseguimos para o alvo da nossa vocação ou voltar ao estado de servidão. “E livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão. “Procuremos, pois, entrar naquele repouso, para que ninguém caia no mesmo exemplo de desobediência. Hebreus 2.15; 4.11.
Agora vemos a seta que se desloca do trono para a ilustração de Moisés e as duas tábuas da Lei, que representam o concerto (testemunho), e os ensinamentos que Deus entregou a Moisés, sendo considerada uma revelação parcial e apontando para a revelação final e completa no próprio Cristo. “E, na verdade, Moisés foi fiel em toda a sua casa, como servo, para testemunho das coisas que se haviam de anunciar” hebreus 3.5.
d) O Sacerdócio de Cristo é Superior ao de Arão. Hebreus 4. 14-7. 28.
Visão global dessa divisão:
Nessa divisão o autor aponta o Sacerdócio Levítico como uma figura ou tipo do Sacerdócio celestial de Cristo, que na terra o Sacerdócio era representado por homens frágeis e pecadores que intercedia em favor de si mesmo e em favor do povo e o Sacerdócio de Cristo que sem pecados intercede junto ao trono do Pai por toda humanidade. Uma pergunta aos leitores; Porque Cristo assumiu a posição de sumo Sacerdote. Por que em Cristo reunia as duas personalidades, a humana e a celestial.
1.) Era mister que o Sumo Sacerdote fosse tomado dentre os homens.
2.) Era mister que esse Sumo Sacerdote não tivesse defeitos (pecados).
Somente Cristo preencheu todos os requisitos e assim submeteu-se a encarnação, vivendo entre os homens e cumprindo o vaticínio profético e a vida sacerdotal segundo a ordem sacerdotal de Melquisedeque, ou um sacerdote eterno. “Porque ele assim testifica: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque. Hebreus 7.17.
Agora a seta se desloca de Moisés para a figura do Sacerdote, que está preste a oferecer o holocausto, primeiro por seus próprios pecados e depois pelo pecado do povo, vemos aqui um contraste em relação a Cristo que sem pecado ofereceu um único sacrifício o qual tem o poder de remover e anular completamente os pecados de toda humanidade. “Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime do que os céus. Que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, e depois pelos do povo; porque isto fez ele, uma vez, oferecendo-se a si mesmo” Hebreus 7:26,27
e) O Novo Concerto é Superior ao Antigo. Hebreus 8.1; 10.31.
Visão global dessa divisão.
Os sacrifícios oferecidos sob a égide do Antigo Concerto tinham como característica seu valor provisório enquanto que o Novo Concerto em Cristo Jesus, além de anular ou abolir os mesmos tornou-se eterno e superior a todos os sacrifícios desse Antigo Concerto. O Sacrifício de Cristo satisfaz os seguintes requisitos:
1.) Foi baseado no Novo Concerto: O Antigo Concerto tinha como penalidade a morte do transgressor, o Novo Concerto estabelece que a penalidade por desobediência deve ser satisfeita antecipadamente. Cabendo tão somente a aceitação pela fé em Cristo.
2.) Foi efetuado no céu e não num tabernáculo terrestre. O tabernáculo terrestre era apenas uma figura simbólica do original que está no céu, no qual Cristo entrou.
3.) Foi superior a todos os demais Sacrifícios e permanece até nossos dias. Essa é uma prova da infalibilidade dos sacrifícios, os quais precisavam ser repetidos demostrando que os mesmos eram incapazes de tirar o pecado. E assim Cristo, uma única vez se manifestou preencheu os requisitos do Pai.
Essa divisão é representada por um pergaminho, o qual é identificado como o Novo Concerto selado por Jesus, e uma das diferenças entre esses dois concertos é o seguinte:
1.) O antigo indicava a pecaminosidade do homem.
2.) O Novo Concerto aniquila de vez o pecado daqueles que se chegam a Cristo.
“Mas agora alcançou ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de uma melhor aliança que está confirmada em melhores promessas” Hebreus 8.6.
f) O caminho da fé é superior ao das obras. Hebreus 10.32; 13.25.
Visão global dessa divisão.
Nessa divisão o autor da epístola chama a atenção dos seus leitores na tomada de suas decisões, onde deveriam escolher entre viver no judaísmo ou seguir com os sofrimentos em Cristo mesmo sabendo que a fé é acreditar no invisível. Hebreus 11.1. O autor continua explicando que a fé não é algo novo, pois os antigos alcançaram a fé. Hebreus 11. Sendo cumprida posteriormente em Cristo por meio do seu sacrifício “Alcançar a promessa” Hebreus 11. 39,40. E assim somos estimulados a não desanimar diante das perseguições, pois elas servem para nosso crescimento espiritual e uma vida de obediência e submissão.
Esta última divisão mostra a seta apontando para o trono, simbolizando a majestade de Cristo, onde o mesmo está assentado junto ao Pai e está intercedendo pela humanidade e um dia seremos incorporados “a universal assembleia e igreja dos primogênitos...”Hebreus 12.23.
A gora sob o Novo Concerto todos aqueles que viveram sob o Antigo Concerto, serão agora salvos e aperfeiçoados não pelas obras mas pela fé. Assim viveram os santos do passado, como estrangeiros, mas agora na esperança de habitar na cidade cujo fundamento e arquiteto é Deus.
"Pela fé peregrinou na terra da promessa como em terra alheia...porque aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador" Hebreus 11.9,10.
Pr. Adilau Vieira da Costa.
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA UNIVERSAL
Fonte pesquisada: https://www.bibliaonline.com.br/
Fonte pesquisada: http://bibliaportugues.com/
Referencias:
BOYD,Frank.M - Epistola aos Hebreus. Rio de Janeiro: Escola Bíblica Bereana, s/d
HOBBS, Herschel. - A Carta aos Hebreus. Rio de Janeiro: Juerp, 1958.
INGLEBY, James. H. - Estudos sobre a Epistola aos hebreus. Lisboa: imprensa Portuguesa. 1951.
KLASSEN, João. - Aos Hebreus: Cristo è Melhor. Curitiba: Instituto e Seminario Bíblico Irmãos.
PEARMAM, Myer. - Através da Bíblia livro por livro. Miami: Editora Vida, 1977.
HENRY, Matthew. - Comentário Bíblico, Rio de Janeiro, RJ. CPAD, 2002.
SHEDD, Russel. P. - Biblia Nova Vida. São Paulo: Edição Vida Nova. 1976.
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